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Provoco a morte em cada arrojo da alma

Procuro o nirvana de todos os prazeres

Piso caminhos venosos e incontornáveis

Para remendar normalidades rasgadas

Platão é testemunha destes meus passos.

Partilho com ele o olho da alma

Por saber que o amor é isento de matéria.

Pode até ser corpo ausente.

Pitágoras não será o meu teorema,

Por mais que justifique todos os meus ângulos,

Plenos de curvas em dissentimento, e

Prejuízo alegórico de juízos militantes.

 

Procuro o amor em cada suspiro,

Padeço de insónias e outras maleitas.

Palhaço em enfeite de turvas desgraças,

Pábulo de bocas que vomitam mentiras.

 

Procuro o amor em cada incerteza,

Papiro de promessas e doces enganos.

 

Pilatos não saberá das minhas loucuras.

 

Possa eu ser Proteu das minhas conquistas.

 

Fernando Morgado

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