Era o medo o
que nos vinha acariciar,
e em pano de
suspiros abraçávamos sorrisos.
Era o e
depois que nos fundia em suores,
em cuidados
esquecidos nos incomodávamos.
Das manhãs
de primavera fazíamos tardes de outono,
atapetávamos
de cheiros os nossos olhares beijados,
fizemos da
paixão a véspera de um grande amor.
Era o medo o
que nos vinha confirmar,
E em pano de
beijos jurávamos futuros.
Desenhávamos
Abril em desejos de Natal
e deixávamos
que os lábios nos desordenassem.
Trocamos o
primeiro beijo das nossas vidas
como se os
nossos corpos se ressuscitassem,
e em cada
recobro éramos iniciação.
Era o medo o
que nos vinha juntar,
e em pano de
mar navegávamos destinos,
éramos a
proa e a ré em vela trôpega.
Cruzávamos
horizontes em loucas conquistas,
para que os
impossíveis fossem os nossos cais.
Era o medo o
que nos apaixonava.
Fernando
Morgado
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