Acordo já
montado no mesmo tempo,
neste tempo
em que, para tanto, já não há tempo.
Deslavo-me
na mixórdia de afazeres,
sem cuidar
os sorrisos e os prazeres.
Sou a
angústia dos dias compridos e das noites esquivas.
Sou rico.
Não sou livre!
Antes que a
morte me salve do incumprimento,
salvo-me eu,
em resgate imprudente.
Monto a vida
em galope sôfrego.
Rasgo o
protocolo, a regra e o bem parecer,
sobrevivo
entre mil dedos em riste.
Liberto a
voz e pensamento contra o juízo inclemente.
Não ouço
aplausos. Sou livre!
Há uma
corrente de sonhos que me leva
Para lá da
fresca aurora em que desperto.
Este mar,
que em corpo beijo,
é a estrada
que me chama em céu aberto.
Ah, as
gaivotas e o vento, o amor e o desejo!
Ah, o tempo
novo, a alegria e a felicidade!
Ouso amar.
Sou livre!
Fernando
Morgado
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