Começo contigo, sem medo, esta caminhada nos sonhos que partilhamos.

Partimos à procura dos medos para os vencer.

Somos Quixotes das poeiras alheias e das sombras que teimamos enfrentar.

Nas margens do erro, enterramos as regras e os estigmas,

e fazemos do amor a fonte onde nos dessedentamos.

Eros e Vénus, aprendizes de nós, soletram espanto

da ternura e desejo, da paz e pulsão com que nos abraçamos.

Somos deuses e fé nos caminhos que vamos somando,

plenos de ameaças e desdéns, na contramão da nossa força.

É a determinação que nos leva, é a vontade que nos calça.

No cantil, que desarrolhamos com beijos, guardamos luz;

dela precisados sempre que uma ruga nos enfeita o rosto.

Meu amor, estas pedras que nos calejam e nos confortam,

são as mesmas que juntaremos em paredes firmes,

para nos abrigarmos e protegermos dos ventos sépios,

das tempestades bojadoras e das noites medonhas.

Meu amor, semearemos sorrisos e colheremos beijos,

e nunca nos contentaremos com menos que o impossível.

Lembras-te do nosso primeiro dia, dos beijos que trocamos?

Foi nesse dia que juramos um amor sem fim.

 

Fernando Morgado

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