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Voamos no éter dos nossos passos

Entre a glória e a liberdade dos sonhos.

Inventamos asas para elevar o caminho

que nos levará ao infinito dos impossíveis.

Dançamos a rêverie dos génios como se fossemos loucos.

E somos!

Um pas-de-deux em piruetas e arabescos

dá-nos a beleza dos passos incertos

que resgatamos da inocência.

Somos Criador e Criatura do nosso tempo.

Dançamos felizes este allegro alongado,

somos audazes na esperança.

Ali, onde os aplausos trágicos esperam a nossa queda,

seguiremos firmes nos andamentos temerários que ousamos arriscar.

Neste palco etéreo, somos actores da nossa ambição.

Serve-nos a leveza dos corpos e a paixão que nos prende

para volvermos ao palco.

Cabriola em diagonal ou pas de valse, tanto faz

seguiremos de face para o júbilo.

Calem a tragédia que o amor venceu!

 

Fernando Morgado

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