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Amo o caminho que estendes por dentro das minhas divisões

Abro-te a alma e os sonhos que guardo no veludo das emoções,

Pouco me importa que destino levamos, enlaçados os dois.

 

Como gaivota em desnorte perdida na sua emoção,

Dou-me ao teu jogo incerto, como juízo em contramão.

Pouco me importa as vozes que dizem e as que se calam, surdos os dois.

 

Corremos em submerso de peles, no arrepio do desejo.

Selamos a incoerência incoerente num infinito beijo.

Pouco me importa o estigma do pudor, antiéticos os dois.

 

Somos corpo e éter, pássaros de água e fogo ao luar

Caminheiros de horizontes invisíveis para alcançar

Pouco me importa o medo e a fome, esfomeados os dois.

 

Montamos os ventos e os fenos, arquétipos errantes.

Travestimos gineceu e androceu como coloridos amantes.

Pouco me importa o jugo alheio e cego, apaixonados os dois.

 

Queremos os impossíveis a que só o amor nos pode levar

Queremos o invisível que só o amor nos pode mostrar

Pouco me importa o que vamos conseguir, queremos os dois.

 

Amo o caminho que se abre por dentro da nossa paixão!

Amo-te muito, meu amor!

 

Fernando Morgado

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