Sente uma
orquestra de gritos dentro do peito.
Tremem-lhe
os lábios em explosão de beijos.
Rasgam-se os
poros em pele de urgências.
Inquieta-a o
medo de nada ser igual.
Será angústia?
A paixão é!
Corre
apressada Maria num trilho de sonhos.
Deixa que o
vento lhe leve alguns suspiros.
Fica-lhe
justo o tecidos dos seus anseios.
Aperta os
braços em corpo de incertezas.
Será
esperança? O amor é!
Fecha os
olhos numa insistência de espelhos.
Ajeita as
melenas e perfuma os abraços.
Corre-se em
dedos numa premonição de prazeres.
Antecipa os
humores, endurecem-lhe os peitos.
Será
vontade? O desejo é!
É em pedras
corridas na calçada dos afetos
Que se dá à
ilusão e ao encantamento.
Sente-se em
searas de girassóis e alfazema
Sem
continência de sonhos e de saberes.
Será ilusão?
O poeta é!
Fernando
Morgado
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