Era Agosto, meu amor, e tu sabias que eu partia

Em fogueira de promessas e de ilusões

Como se o mundo nos abandonasse num vulcão

E nos olhássemos em redutora combustão.

Era Agosto, meu amor, e tu não querias

Que a esperança te fugisse por entre as mãos

Como quimera de sonhos já iniciados

Criando um deserto na felicidade que nos demos.

 

Era Setembro, meu amor, e o vento nada trazia

Deixando-me em dor e amargura

Aos dias pequenos maior noite sucedia

No silêncio dos porquês, farejava-me a loucura.

 

Era Setembro, meu amor, e só o mar como companhia

Nem as lágrimas nem as ondas lavavam o teu desespero.

Ali, naquela praia que esperava o nosso amor,

tu pressentias em miragem o meu corpo.

 

É Outubro, meu amor, e tu sorris

Na alegria dos nossos beijos recuperados.

 

É Outubro, queríamo-nos tanto, meu amor!

É tempo de regresso… e havia que destronar a dor.

 

 

 

Fernando Morgado

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