Avançar para o conteúdo principal

É mentira.





Quase ainda de cueiros, que é como quem diz já nos encantos das primeiras “humidades”, fui trabalhar.
Foi o melhor que me podia acontecer depois do “excelente” aproveitamento escolar que abonava o meu currículo: faltas de presença e disciplinares ultrapassadas; as notas sempre a roçar o “não satisfaz”; o salão de bilhar como sala de aulas; as “gajas” do “Carolina”, sempre a perturbarem-me, passavam por mim com aquele ar altivo de quem não dá conversa a chavalos. Roubava-lhes as curvas e outras saliências para alimentar a minha imaginação, eram os resultados mais significativos de tanta aplicação.
Naquela época, não havia tanta preocupação com o trabalho infantil nem eu me ralava com essa alteração de vida. Pelo contrário, senti até algum orgulho perante os meus amigos ainda agarrados aos livros e aos testes. Eu já ganhava dinheiro, já me safava.
Os meus irmãos eram os meus melhores parceiros para os meus treinos de bulha; a minha mãe nos ziguezagues e ponto corrido, pospontos e alinhavos; o meu pai, garboso na sua farda de polícia, sempre disponível para compensar as minhas habilidades: foi neste ambiente que me tornei único, que isso de ser normal não era o meu “aquário”.
Bem, perdi-me na “conversa” e já me esquecia da estória das “meninas da Foz”, como se apelidavam as “queques” presunçosas que estudavam no “Carolina Michaelis” – só meninas!
Fiz a minha seleção (não me dava proveito ser açambarcador) e reduzi as minhas opções a três delas: a “nariz empinado”, cabelo aos cachos, roupa justíssima à abundância perfeita e uns olhos de uma cor que eu queria descobrir; a “quecas”, olhos azul água que não libertavam os meus, pele da cor do desejo (seja ela qual for) e umas mamas generosas que me distraiam do resto; a “marada”, chicletava de boca aberta e cuspia a pastilha deixando a língua de fora para me fazer uma careta, mas só refirmava a minha premonição de gozo naqueles lábios carnudos – se eram bons a cuspir a chiclet seriam ainda melhores a engolir. De tanto escolher, acabei nos “mimos” da Lena, que me tinha na sua seleção. Não durou muito tempo; eram muitos nãos e muitos adiamentos – não dava para a minha formação. Comecei aí a minha carreira de “homem de bem”, prontíssimo para iniciações amorosas. Não me queixo.
O meu “velhote” pôs-me na linha: “Vais para trolha que é para saberes como a porca torce o rabo.” A minha mãe, devota de Maria, dava-lhe com um trabalhinho mais limpo que não a envergonhasse. Foi ela que, no mundo das linhas e dos botões, me arranjou um emprego na “Casa Rocha” – Precisa? Nós temos!
- Ó miúdo, o Zé António não está? - O Zé António, o Manuel Carvalho, a Isabelinha, e o raio que as parta a todas, sempre a meninar a minha presença ao balcão. Vingava-me com as “partidas” que lhes pregava:
- Tem a blusa desabotoada..
- És atrevidinho. Não tens mais nada para onde olhar?
- Para esse volume temos botões mais bonitos que esses. Seguram melhor.
O Zé António, meu “encarregado”, vinha de olhos arregalados para mim a antecipar a reprimenda que me daria, ralhava-me para o patrão ouvir – e piscava-me o olho, em cumplicidades.
Aquele balcão era mais que um emprego; era uma carga de trabalhos. Só mulheres, algumas matreiras e sabidas, outras saídas da sacristia, em busca da bizarria mais improvável. Atafulhavam a loja e criavam a oportunidade para as mais adestradas na arte da surripia. Uma das minhas tarefas era estar atento a estes manejos. Dava-me importância, gostava.
- Ó menino, tens botões esmeralda de três furos? E fechos para carcela?
- Claro que sim. (Ai de mim que desse outra resposta)
- Se não tiveres “esmeralda”, pode ser da cor dos teus olhos.
Não ruborizava. A resposta dava-a ao olhar o caseamento da sua blusa e decote substancial no seu peito. Os meus olhos davam para tudo.
Neste passar dos anos fui melhorando a minha performance na arte de balconista, e na interação com as mulheres: estava doutorado.
Regressado da tropa – a proeza de sair dela ainda vivo -, voltei à “Casa Rocha” então com o cargo de “encarregado”: o pobre do Zé António sucumbira a uma indigestão provocada por uma “Super Bock” fresquinha.
Tudo mudou com aquela promoção. Tinha a responsabilidade das compras e do pessoal. Foi um tempo de crescimento e proveito em todos os sentidos. O patrão andava contente, incentivava-me mas queria mais.
Fui desafiado para uma viagem no paquete “Funchal”: se atingisse o objectivo de vendas – desafio alto – os patrões presentear-me-iam com umas férias diferentes: um cruzeiro! Quem nunca suspirou por um cruzeiro? Estava ali ao meu dispor, bastava-me o empenho e o cruzeiro estava no papo.
Linhas, alfinetes, fechos, botões, tesouras, um bocado de chita ou de algodão, toda a gente precisava de alguma coisa, as vendas cresceram, para pasmo de todos (e até eu) vendia-se cada vez mais.
Até a “alma ao diabo” eu vendi com aquela lambisgoia que me convenceu a ir à sua casa para tirar as medidas e ver os tecidos: que medidas, que veludos!
Os meses passaram, aproximou-se o Junho, e a cabeça já reboliçava com as aventuras e as “paisagens” que iria encontrar. Assim me disseram.
Naquela noite pouco dormi: tudo pronto mas eu a pensar no que ainda deveria prevenir ou levar para que tudo corresse de feição. Na noite anterior, passei na farmácia para me aconselhar: isto dos enjoos tem que se lhe diga, há os mais diversos e pelas mais variadas razões. Conferindo: fato de gala para as noites dançantes; necessaire sem falhas; alguns livros (nem sabia de quem) para aldrabar estatuto; o discurso bem afinado para melhorar a beleza – “Sou empresário”, “…a Faculdade de Medicina”, “Nasdac, Dow Jones, Wall Street…tudo em grande porque as viúvas seminovas puxam para esse “saco” e num cruzeiro não há para onde fugir.
Eu não vou para fugir.
11h00, Sta. Apolónia: “o comboio que vai dar entrada…proveniente de Porto-Campanhã.” “Duas malas e uma mochila é coisa bastante para arriar qualquer palerma. Quero é chegar ao barco.” No saco, duas sandes, uma maçã e um sumo de pera-limão. “Vou devagar (a carga é muita), olho em volta, tudo me parece enfastiante – o barco! -, até “A Bola” e a sua primeira página toda ocupada com ‘Eusébio fantástico’ e o Pavão? Que mania!
15h00, Cais de Alcântara. O lobo-marinho já estava atracado e pronto a receber os seus felizes passageiros.
Formalidades, papeis, aquelas tretas todas que dizem ser importantes, os marinhantes a juntarem-se cada vez mais.
Fiz uma prospeção prévia: ou eram familiares de alguns passageiros, ou então havia ali uma forte concentração de “pecado” prontinho para embarcar. O paquete partiu pouco antes do por do sol. Um deck individual no-3.
O comandante recebe-nos num “cocktail” de boas-vindas e logo ali se desenha um ambiente de boa disposição e desprendimento. Parece até que aquela gente tem um botão para desligar os problemas pessoais e profissionais.
 Após o pequeno-almoço sai para o exterior e consultei o programa de animação para aquele dia. Cruzei-me com uma loura em segunda-idade, óculos escuros, chapéu caribenho e um bikini careca a dominar os meus olhos. Deixou-me um sorriso matreiro e um “good morning my love” que despertou o meu sexto sentido (e o sétimo, e o oitavo, e todos os que fossem precisos). A lady parecia a mesma com quem dancei duas ou três vezes na noite anterior. Penso até que foi ela quem me ajudou a chegar ao quarto, e a ela, na soberba de me consumir ao natural. A maquilhagem e os vestidos causam estas confusões.
Charme, tentação, lascívia, sedução, corpos abandonados, abonados, predação; é um fartar vilanagem. Digo eu, tão assediado fui todos estes dias – das noites nem faço relato!
Primeira paragem: Arrecife – Lanzarote, sem nenhuma evidência para contar. Não perdi muito tempo. Voltei ao barco e às loucuras que nele gozava. A lady não se confrangia com a partilha, mas tinha arte suficiente para manter alguma regularidade. As noites eram dela! Não havia entretela que a estorvasse.
À terceira noite, passada em alto-mar (como todas), pouco dormida mas muito lasciva (a Bety estava recauchutada, mas era um pedaço de pecado de endemoninhar qualquer católito. Toda ela era volúpia), seguiu-se uma manhã desconcertante. Após a concentração geral, no salão maior, para conhecimentos sobre manobras de emergência e salvamento – o diabo seja cego, surdo e mudo! -, o comandante informou os passageiros que, por razões de relevante importância, a rota do navio iria ser ligeiramente alterada: “O rumo programado até Casablanca vai sofrer um pequeno desvio pois temos de navegar até Sidi Ifni para uma situação de emergência.”
سيدي إفني - que surpresa nos espera?
O burburinho instalou-se, os olhares cruzaram-se e algumas caras não disfarçavam a preocupação em que estavam. Porquê? O comandante, no seu jeito calmo e tranquilo, não avançou com mais explicações; reforçou a certeza de ausência de qualquer avaria ou conflito. “Está tudo bem, não prejudiquem o prazer desta viagem, em nada serão prejudicados.
“Em سيدي إفني, paragem surpresa, estaremos cerca de três horas; poderão aproveitar para sair e fazer uma visita ao deserto. Haverá camelos para todos. Todas as despesas serão costeadas pela organização. Tenham um bom dia e acreditem que vos espera a aventura e a descoberta. Para além desta alteração, a viagem decorrerá com normalidade, sem sobressaltos.”
O sobressalto estava instalado. Não fossem as palavras do comandante e os passageiros não notariam qualquer mudança de rumo – só mar! -, nem se preocupariam em saber onde era o porto de Sidi Ifni, e todas as ignorâncias que a surpresa provocou. Por momentos, desapareceu a fantasia “the love boat”; a excepção era a “minha” lady, sempre ancorada nos meus olhos, num misto de “faz-me feliz” e “não me abandones”.
Na tarde anterior, uma elegante senhora francesa, com idade aparentando terceira mão, “amarrou-me” na piscina, sem poder sequer levantar-me da espreguiçadeira: longa conversa sobre sonhos e ambições, as que tenho e as que devia ter, as que podia e as que ela me podia dar. Tresandava poder em tudo o que dizia ou fazia mas manteve um diálogo envolvente – “gosto da tua voz, adoça-me o ouvido, embala-me a fantasia”, dizia ela -, entrecortado por insinuações e promessas, implícitas e explícitas: “um dia vou apresentar-te…”, “queres um futuro brilhante?”, “quero passear contigo em Paris…”. Plasmado na minha inferioridade, não consegui articular uma reação, incrédulo entre o sonho e a senilidade da “poderosa” madame. Reduzi a conversa a um “bom momento” e dei mudez aos meus pensamentos. Os botões e as agulhas a fugirem de mim.
Bety, do outro lado da piscina, contorcia-se na inquietação e curiosidade do motivo de tamanha conversa. Quando sentiu que eu não reagia às suas libidinosas expressões entrou na piscina e emergiu em topless desafiando-me com aquilo que era o meu fraco. Aguentei, mesmo assim.
Não tinha ainda decidido o que fazer no improvável porto a que estávamos quase a chegar e atrapalhei-me com a subtileza de alguém (o camareiro, soube depois) a passar para a minha mão um pequeno envelope, sem se mostrar. Instintivamente, olhei em volta acautelando quem seria o mandatário daquele correio, ou mesmo se alguém tinha presenciado a entrega: ninguém!
Sai da sala e fui até ao varandim do convés como quem quer observar o destino: abri o envelope com pressa da mensagem. Dentro um pequeno papel timbrado “Paquete Funchal” que li num ápice:
“Meu príncipe, quero que me acompanhes no desembarque em Sidi Ifni. Não me falta segurança, falta-me companhia. Serei grata. Ass: Liliane Bettencourt.”
Caíram mortos todos os meus propósitos para aqueles dias de cruzeiro. A ideia de viajar até Inglaterra tinha-se instalado (logicamente) em mim, e afinal entregava-me ao mistério num porto inóspito da costa subsaariana de Marrocos. O peito arfava de ansiedade e indecisão na opção a tomar. “Desembarco com ela? Eu? Para quê? A “velha” deve estar com a bateria sem carga. Se calhar…” cogitei em profunda estupefação.
Não tardou a ver-se terra. Ao longe, uma pequena povoação piscatória – tantos barquinhos no cais – dando a ideia de ruinas e abandono. Havia gente, claro. O barco parou bem longe da praia e do cais. As águas não tinham profundidade suficiente para aquele calado. Perpassou em todos os passageiros, menos em Liliane (não lhe pus os olhos em cima), a preocupação com as condições de atracagem e desembarque.
De novo a voz do comandante, agora através da instalação sonora: “Meus caros companheiros de viagem, fala-vos o comandante. O barco ficará parado aqui durante cerca de três horas. Dispõem de transbordo para pequenos barcos que vos levam até ao teleférico, e dai até ao porto de Sidi Ifni. Desejo-vos uma boa estadia nesta localidade e, também, uma excelente aventura saariana.”
A tranquilidade continuou arredia. Barquinhos, teleférico e camelos eram espaços negros que muitos não queriam pisar. Para mim, férias era também aventura.
Tinha decidido. Vou até ao porto e logo verei o que fazer. Não dei conta do desembarque da madame; fiquei um pouco confuso com esta incerteza. Bety não sonhava o que se estava a passar, nem eu queria que ela soubesse.
Chegado ao porto, outro furtivo mensageiro passou-me um pequeno papel dobrado que dizia só “carro preto”. Tremi. As pernas recusavam qualquer movimento. O corpo transpirava a dobrar. A cabeça não se encontrava com ela própria.
Meia dúzia de passos bastaram para que eu visse o misterioso carro preto. Vidros fumados, matrícula francesa, um brilho que não condizia com a poeira envolvente. Ousei, fui até lá. Ainda mal chegado, já uma porta se abria para me receber. Madame Liliane Bettencourt, de sorriso rasgado, recebe-me afetuosamente e prenuncia a urgência na partida. “Dez mil euros por mês e vens comigo para Paris. Terás um cargo de direção numa das empresas do meu grupo. Terei muito prazer com a tua companhia.” Meu Deus, para onde me leva a ousadia?
- Ok. Tenho que recolher as minhas malas que deixei no barco…
- Já estão na bagageira do carro! Partimos?
- Com todo o prazer!
Ao longe, debruçada no varandim, consegui ver a Bety com os seus binóculos de longo alcance. Lembrei-me do contacto que ela me deixou junto ao meu relógio, logo na primeira noite. Procurei qualquer mensagem no telemóvel, lógica básica, e não me enganei: “Vem ter comigo ao ‘Peter’ pelas Festas do Espírito Santo. Saudades. Beijo.”
O motorista conduziu-nos até uma pequena pista com más condições e sem meios de apoio. Numa das pontas, um Cessna Bravo esperava por nós já com os motores a trabalhar. “Vamos a isto! Viva a aventura!” – a cabeça fervia em imaginação.
Por dentro, o pequeno avião era um ninho de luxo, inimaginável até há poucas horas atrás. Aterramos em Valência para reabastecimento sem abandonar o Cessna. Foi rápido o voo até ao Aeroporto de Le Bourget. Na pista, à nossa espera, estava um carro nem-sei-de-que-marca, preto, vidros escuros e a espelhar toda a luz que nele pousava.
O sonho, a aventura, o desconhecido continuavam a povoar a minha estupefação
Uma semana depois, em Paris, encontrei a morada que ela me tinha dado: Rua Royale, nº 8. Tudo ao virar de qualquer esquina: Madeleine, Concórdia, Ópera, tudo!
Olhei aquela porta de novo para confirmar não me ter enganado. Enchi o peito, retoquei o cabelo, a gravata e entrei. Por cima da porta, em grandes letras, o nome da empresa: L’Oreal.

Fernando Morgado






 Nota:
Gosto de pensar, e sentir, que o Porto é o umbigo do mundo.
Durante uma vida sempre achei que não seria capaz de escrever qualquer coisa de jeito. Auto castração, sem proveito nem glória. Libertei-me, e agora gozo o prazer de me ouvir naquilo que escrevo.
Participei num conto e num romance colectivos, e em algumas colectâneas.
Ganhei o 1º lugar num concurso literário lançado pela Papel D'Arroz Editora.

Tenho em “laboratório” o livro – o livro da minha exorcização. Até lá, o demónio toma conta dos meus receios.
Sou bordador de palavras, calceteiro de estórias, caminheiro de mim.

Fernando Morgado


Comentários

  1. Li o texto de um fôlego e fiquei numa "dúvida atroz", autobiografia, imaginação fértil ou uma mistura das três?

    ResponderEliminar
  2. Fiz já alguns cruzeiros; trabalhei na L'Oreal como formador: duas nuances que utilizei nesta imaginação fértil.
    Se acompanha as notícias, estará lembrada das diabruras desta senhora com um fotógrafo "caça fortunas". Isto não aconteceu, mas...

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

  Nos meus olhos um bailado de almas em resgate de amor. Quero-te à minha beira: dançamos! Penso e ouço, um coro de choros, sem idade, fala-me da dor que encapa a esperança. Quero-te no meu pensamento: sonhamos! Há um longe-perto de ti que me inquieta os sentidos. Quero-te na pele dos meus mimos: desejamos! Na multidão que marcha, sorrisos ganapos não sabem de nada. No meu suspiro, ouço a tua presença. Andarilha em mim: quero-te! Arames e muros, rasteiras e bastões, somos migrantes em nós – também eu. Quero-te no meu caminho: amamos! Desligo o aparelho, as imagens não se apagam. Continuamos, os dois! Dá-me a tua mão: ficamos!   Fernando Morgado
MOSAICOS DA MINHA VIDA – 5 No Porto, quando alguém diz que nasceu ou mora na Rua dos Armazéns, nº 55 casa 26, está a falar de uma “ilha”…e o Porto tem tantas destas ilhas, ainda. Ora, esta morada, acima referida, é exactamente o sítio onde nasci e cresci – na Quinta do Loureiro. Em Miragaia, claro. Pouca gente desta freguesia não saberá onde fica a ilha da Quinta do Loureiro. O que nem tantos saberão é a origem deste nome – Loureiro. Ao longo dos anos, e em pesquisas que faço para as minhas escritas, tenho encontrado as mais diversas versões para este nome, mas a única a que dou credibilidade é à que nasce no Jardineiro-Mor José Marques Loureiro, o “jardineiro das Virtudes” como vulgarmente era conhecido. Este homem, com fama já granjeada na Beira-Alta, veio para o Porto a convite da Câmara da cidade, e deram-lhe a incumbência de criar novos jardins na urbe, melhorar os existentes e fornecer a Câmara e a Corte com as suas belas flores e plantas. Para esse fim, con