Avançar para o conteúdo principal

MULHER

Vieram todos para ver a homenagem.
Trazem flores, sorrisos e compromissos.
Escondem as mãos que ontem bateram
e as línguas que usaram para os insultos.
São gente séria na torpe andança da aparência, ...
e dizem que a ignomínia não cabe na inocência.
…os maridos das outras são…
...ah, e tal e coisa, é o dia da mulher.

Vieram todos no arquétipo da perfeição.
Trazem perfume, testosterona e tesão,
cartão de crédito e a chave de um carrão.
Usam Gucci, Morato ou Zeza das feiras,
dressing apearance para foto de perfil.
Dizem que o futuro será de beijos mil
E discursam em ensaiadas boas maneiras.
…os maridos das outras são…
....ah, e tal e coisa, é o dia da mulher!
Pão e Paz, violência não!
Paz e Pão, desconsideração não!
Quando as mulheres despertarem…
os maridos das outras também não!
Tal e qual, hoje e sempre, a Mulher é o Dia!

(poema para ser lido todos os dias 9 de Março)

Fernando Morgado

Comentários

Mensagens populares deste blogue

  Nos meus olhos um bailado de almas em resgate de amor. Quero-te à minha beira: dançamos! Penso e ouço, um coro de choros, sem idade, fala-me da dor que encapa a esperança. Quero-te no meu pensamento: sonhamos! Há um longe-perto de ti que me inquieta os sentidos. Quero-te na pele dos meus mimos: desejamos! Na multidão que marcha, sorrisos ganapos não sabem de nada. No meu suspiro, ouço a tua presença. Andarilha em mim: quero-te! Arames e muros, rasteiras e bastões, somos migrantes em nós – também eu. Quero-te no meu caminho: amamos! Desligo o aparelho, as imagens não se apagam. Continuamos, os dois! Dá-me a tua mão: ficamos!   Fernando Morgado
MOSAICOS DA MINHA VIDA – 5 No Porto, quando alguém diz que nasceu ou mora na Rua dos Armazéns, nº 55 casa 26, está a falar de uma “ilha”…e o Porto tem tantas destas ilhas, ainda. Ora, esta morada, acima referida, é exactamente o sítio onde nasci e cresci – na Quinta do Loureiro. Em Miragaia, claro. Pouca gente desta freguesia não saberá onde fica a ilha da Quinta do Loureiro. O que nem tantos saberão é a origem deste nome – Loureiro. Ao longo dos anos, e em pesquisas que faço para as minhas escritas, tenho encontrado as mais diversas versões para este nome, mas a única a que dou credibilidade é à que nasce no Jardineiro-Mor José Marques Loureiro, o “jardineiro das Virtudes” como vulgarmente era conhecido. Este homem, com fama já granjeada na Beira-Alta, veio para o Porto a convite da Câmara da cidade, e deram-lhe a incumbência de criar novos jardins na urbe, melhorar os existentes e fornecer a Câmara e a Corte com as suas belas flores e plantas. Para esse fim, con