Sente uma orquestra de gritos dentro do peito. Tremem-lhe os lábios em explosão de beijos. Rasgam-se os poros em pele de urgências. Inquieta-a o medo de nada ser igual. Será angústia? A paixão é! Corre apressada Maria num trilho de sonhos. Deixa que o vento lhe leve alguns suspiros. Fica-lhe justo o tecidos dos seus anseios. Aperta os braços em corpo de incertezas. Será esperança? O amor é! Fecha os olhos numa insistência de espelhos. Ajeita as melenas e perfuma os abraços. Corre-se em dedos numa premonição de prazeres. Antecipa os humores, endurecem-lhe os peitos. Será vontade? O desejo é! É em pedras corridas na calçada dos afetos Que se dá à ilusão e ao encantamento. Sente-se em searas de girassóis e alfazema Sem continência de sonhos e de saberes. Será ilusão? O poeta é! Fernando Morgado
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Poesia
Sei-vos descrentes e infiéis, incapazes de se darem à partilha, e senhores de verdades sem sentido. Sois guerreiros, cibernautas fiéis. Pertencem a esdrúxula matilha, e julgam-se cada um ser mais merecido. Não vos falo de castigo ou perdão, nem sequer vos alvitro um caminho, tão perdidos que estais no desvario. Já nem vos motiva a revolução que vos devolva a honra e o pergaminho e faça da dignidade um desafio. Fui menino na ilusão do não-pecado. Fiz-me homem na luta pela redenção. Deixei-vos divididos entre crentes e ateus. Ao vosso mundo não sou chamado, rejeitais a caridade e o perdão, sois rebanho de corruptos e fariseus. Eu sou Cristo, padroeiro das aflições Sub-pele de certezas e convicções. Fernando Morgado Junho/2015
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