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É assim o amor, o nosso amor!

Como bola que rodopia entre crianças,

também os meus beijos saltitam nos teus lábios,

e as minhas mãos tremem na tua pele.

Beijos querentes, pouco inocentes,

na leveza de não se conterem, de não se contarem.

Lábios sôfregos na volúpia de recomeços ininterruptos.

Selamos abraços, trocamos afetos,

 no aconchego dos sonhos, no desassossego dos sins,

na sub-pele das pulsões...

Somos o corpo das nossas ilusões!

 

Como bola que saltita entre crianças,

também os teus beijos prendem os meus lábios

entre tropelias e desejos, mandantes e sábios.   

 

Construtores de prazeres, assim nos queremos.

 

 

Fernando Morgado – O beijo.

(desenho: Gustav Klimt)

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