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Deus disse: é pecado!

 O homem descobriu-lhe efúgio.

Da Bíblia:
“Se um homem cometer adultério com a mulher de outro homem ou com a mulher do seu próximo; tanto o adultero quanto a adúltera terão que ser executados” – Levítico 20:16

Entretanto, passaram muitos anos!
A vizinhança sabia a que horas o Zé chegava a casa. Qualquer que fosse a posição dos ponteiros, o prédio era invadido pela mistura dos insultos dele e os gritos da sua mulher.
Homem de poucas falas, e de poucas aparições, não se lhe conheciam amigos ou, até, familiares. Os dois filhos do casal foram retirados pela comissão de proteção das crianças, por reincidência dos maus tratos e perigosidade do progenitor. Várias vezes os miúdos foram abrigados pelos vizinhos em eminência de violência. Outras alturas houve que os rapazes passaram a noite ao relento ou na urgência do Hospital Santo António, por consumação de agressões.

Da Bíblia:
“Do fruto da boca o homem come o bem; mas o apetite dos prevaricadores alimenta-se da violência.” – Provérbio 13:2

Zé chegava a casa já embriagado e com o humor habitual. Saia muito cedo para o trabalho, numa cimenteira da Maia, e só voltava passadas 3 ou 4 horas após picar o cartão de saída. Fazia a terapia do costume: a tasca do Pinto era o albergue da tertúlia de bêbados a que o Zé pertencia. Entre um courato salgado, que rodava na boca ao jeito de chiclete, e uns copos de tinto, as conversas não se alargavam para além do futebol e das putas.
Xana era uma mulher bonita, corpo bem desenhado, volumes exactos para gaudio dos olhos masculinos. Só ela percebia como disfarçava o seu corpo das mazelas que o Zé lhe deixava: as do corpo, tapadas pelos trapos e pelos óculos escuros, e as da alma, amenizadas nos piropos que ouvia…e gostava.
Não podia contar com o marido para nada. Todos os dias ele lhe berrava que se matava a trabalhar e ela sempre a reclamar. Não tomava, ele, juízo do uso que dava ao seu ordenado: os arredondados 600 euros que a empresa lhe pagava usava-os totalmente nos transportes, na tasca e no tabaco. Não faltava a nenhum jogo do seu FCPorto: tinha lugar anual no topo norte, junto à claque do “Colectivo”.
Um ano de namoro e muitas promessas chegaram para que jurassem fidelidade eterna, até que a morte os separasse, no altar de S. Nicolau. Nunca foi fácil, menos ainda amorosa, a vida deste casal. Durante vários anos, e na falsa esperança de ele poder mudar, Xana foi aguentando tudo o que nunca imaginara suportar. Em intervalos traiçoeiros, surgiram as gravidezes do Fábio e do Bruno, espaçados dois anos um do outro.

Do psicólogo António Araújo:
“Traição máxima é o desânimo de estar com alguém.”

Parece corriqueira esta história se não lhe acrescentarmos a orfandade de Xana, desde criança ainda, e os sucessivos passos de ajuda e integração lhe foram impondo. O Zé foi a escapatória, da miséria para a desgraça. Entre sofrer e sofrer escolheu a sorte – É a minha cruz! -, e acertou no pior. Há vidas que não se conseguem contar: só quem as vive sabe dizê-las.
Bem treinada nos dogmas da Igreja, incrustados na sua mente nos vários colégios em que a gradearam, Xana, mesmo assim, era temente a Deus, não fosse também ele deserdá-la de ajuda e esperança. A infidelidade era um tormento na sua cabeça. Ele mata-me se souber de alguma asneira!
Os apelos do corpo, os desassossegos da alma, a autoestima em falência, a vida no limbo do nada, tudo lhe ocupava o pensamento e dilacerava a vontade. Meu Deus, o que dirá a vizinhança!
Era o chefe e os colegas, o vizinho do 2º andar e o motorista dos STCP, era a Ana, com quem trabalhava na TudoLimpo, com inveja do seu corpo e dos seus olhos, e a doutora do centro de saúde a lembrar-lhe a Fé que nunca devia perder: todos a olhavam e a julgavam pelo prisma da normalidade. Xana sentia-se um joguete nos olhares e pensamentos alheios. A infidelidade era um tormento na sua vida – o medo e o desejo em sentidos opostos.
O internato em que os seus filhos estavam institucionalizados, e que tanto lhe lembrava o seu percurso, recordava-lhe constantemente que qualquer desvio do seu “bom comportamento” mais lhe afastava a possibilidade de recuperar o amor dos pequenotes.

Da Bíblia:
“Pois, se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão.” – Romanos 8:13

O João Miguel, director do Millennium, onde ela estava destacada para a limpeza da loja, era, de entre todos os piropos e propostas que ouvia, o que mais mexia com ela. Talvez porque nunca a desafiou, nunca lhe tocou, nunca lhe deu horizonte. No entanto, ele era de uma disponibilidade imensa para a ouvir, sempre com sorriso e conselho assertivo, e cuidadoso a dizer-lhe para nunca se esquecer da sua condição de mulher. Xana mantinha, em misericórdia de esperança, um corpo fantástico e, curiosamente, a riqueza de ter o 12º ano e o domínio de alguma retórica. Gostavam-se nas conversas que mantinham.
Uma vizinha do bairro, a Nela, trabalhava na copa do Café Velasquez; um dia, testemunhou um sorriso cúmplice entre a Xana e o João. Tudo mudou na vida da Xana! A vida do João também não ficou igual.
Nem uma ida a Fátima, por caminhos lamacentos e estradas perigosas, lhe amoleceu o pesadelo. O Senhor tinha que a ajudar; tinha muita Fé nele!

Da Bíblia:
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’ Mas eu digo: qualquer que olhe para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração” – Mateus 5:27-28

Conheceram-se na casa de amigos comuns, na euforia dos santos populares; entre sardinhas e balões, ousaram um transvertido folclore nos seus trôpegos passos de dança. Riram-se deles próprios, e dos piropos inocentes que trocaram. A Carmo era boa companhia; a alegria estampada no seu rosto, o apelo dos seus olhos, o encanto do seu corpo – aquele decote! -, e as mãos e os lábios e o cabelo e as palavras: tudo enfeitiçou o João.
Carmo estava quase a concluir o curso de estética que frequentava numa escola do Campo 24 de Agosto. Era muito bonita e simpática, com uma alegria contagiante. Com ela ninguém se mantinha sisudo. A toda a sua natureza, acrescentava os proveitos das aulas práticas do seu curso: nenhum pelo fora de moda; a celulite sem poiso; mãos e pés muito bem tratados; uma pele de seda e maquilhagem q.b. que lhe acrescentava sex appeal.
Sentiu alguma agitação quando o João lhe disse que estudava na Rua Fernandes Tomás, no Instituto de Formação Bancária. Esta proximidade trouxe mais folclore e balões à sua imaginação. E premonição, também!
Uns copos nas Galerias, uns hambúrgueres no Shopping Via Catarina, e o apartamento em que o João vivia sozinho, consolidaram um namoro que, formalmente, nunca assumiram. Por via desta amizade colorida com a Carmo, João rareou mais as idas a Mangualde, para mitigar as saudades dos pais e rever amigos. Por lá ficou a Mariana, a quem prometeu voltar para se unirem eternamente.

Do blogue “Eu respondi…desde 1988, às pessoas que me perguntaram sobre a Bíblia.”
“Se entendeu que fornicação é o sexo fora do casamento, então sabe que isso inclui também o sexo antes do casamento, ou seja, mesmo entre duas pessoas que pretendam casar-se. Como elas ainda não estão unidas em matrimónio, elas encontram-se em situação de fornicação se mantiverem relações sexuais. Deus sabe sempre o que é melhor para nós.”

Natural e distraidamente, foram consolidando a união entre os dois. Ambos já colocados nos seus empregos – ele no BCP e ela num conhecido instituto de estética do Porto -, encontraram a estabilidade económica necessária para uma vida em comum, e com sonhos.
João nunca se subtraiu ao prazer-vício da pesca em rios do interior, de difícil acesso, onde encontrava as espécies que subiam as águas para a desova. A Carmo acompanhou-o em algumas dessas jornadas - compraziam-se os dois na beleza e privacidade que a natureza lhes oferecia. Dias de prazer!
A paixão da Carmo pela sua profissão ocupava-lhe alguns fins-de-semana com eventos, congressos e viagens para apresentação de novas técnicas e produtos. Todos a conheciam e queriam, pela sua alegria, pela sua simpatia e pela sua beleza. Carmo era divina!
Um dia, o administrador de uma importante marca de cosméticos convidou-a para a direção técnica da marca, em todo o território nacional, liderando uma equipa de seis conselheiras. A sua vida agitou-se, cogitou nos prós e nos contras – E o João, que chatice! -, e caminhou para um outro futuro. O desafio era tentador e oferecia-lhe um horizonte enorme. João não obstaculizou esta opção da sua mulher; ele continuaria a cultivar o seu estilo de vida, calmo e sem horizontes mediáticos. Adiaram os filhos que se prometeram e sonharam. Eles viriam estorvar a carreira profissional da Carmo, e João não se via na condição de pai e mãe.

Da Bíblia: Salmo 128, versículo 3
“A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa: os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa.”

Um dia…João encontrou o prazer da conversa com a mulher da limpeza, no banco onde trabalhava. Libertou-se! A Xana só (!?) queria que lhe desse atenção, e mostrava-se agradecida. Os temas foram evoluindo, já não era só a violência doméstica que lhes ocupava os desabafos. Na ausência da mulher, foram várias as noites que João partilhou com a Xana, em conversas de vida.
Xana tinha passado por um momento de verdadeiro terror. O marido, desconfiado da demora dela em uma, duas e várias noites, juntou ao álcool o ciúme, e preparou-lhe uma cilada. Felizmente para ela, as traseiras da casa tinham uma grande varanda comum a todas as habitações, e por ela se refugiou em casa da Albertina. Mesmo assim, não escapou totalmente incólume à lâmina da sua melhor faca de cozinha.
O Zé, divórcio consumado, cumpria pena na cadeia de Custoias por homicídio na forma premeditada e falhada. Liberta dele, tinha outra missão para cumprir: resgatar os filhos seria a sua próxima batalha.
A Carmo corria o país de lés-a-lés, Ilhas incluídas, e ainda juntava várias idas a França à sede da empresa. Eram mais as pernoitas em hotéis que as passadas em casa. O seu mundo era cintilante e o poder estava a um beijo de distância.
Um dia…Carmo deu mais atenção – comiseração, talvez – às falências pessoais do Dr. Ponce. A esposa estava, desde o maldito acidente de viação que quase ceifava a vida aos dois, imobilizada numa cama, ou presa a uma cadeira de rodas tecnologicamente adaptada à paraplegia que lhe tirou futuro.
“…recebo-te por minha esposa, a ti Maria João, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida...”
Ponce deixou-se vencer pela falência emocional, psíquica e sexual, com que a vida o rasteirou. Até conhecer a Carmo!
João vivia feliz a felicidade de Xana. Carmo vivia o empolgamento dos horizontes que Ponce lhe oferecia.
Se isto fosse uma notícia de jornal, o título seria: “Dois presos e quatro em fuga”.
Não propriamente em fuga, mas em desaparecimento físico prolongado, estava o Afonso Quaresma, casado com a Mariana. Vencido o desgosto de não ter casado com o João, a jovem continuou a viver em Mangualde, e por lá casou com um empreiteiro a quem os pais entregaram a remodelação da vivenda onde habitavam há já longos anos, e que seria dela por herança; a vivenda e todas as outras propriedades, incluindo um terreno entretanto alugado à REN para instalação de turbinas eólicas. Daquilo tiraria um bom rendimento para o resto da vida.
O Quaresma escapou, com mazelas fiscais, da crise imobiliária em Espanha, onde tinha investido avultados créditos concedidos pela banca daquele país. Voltou à terra, onde ainda vivia a mulher de quem se tinha divorciado, e emagreceu substancialmente o seu arrojo profissional. Não assumia grandes empreitadas. Mantinha alguma discrição. Espartilhou-se em pequenas construções, e especializou-se a recuperar casas em ruinas ou remodelação de moradias.
O Gonzalez, seu parceiro de negócios em Salamanca, desafiou-o para um grande projeto no Brasil, onde despontavam oportunidades como cogumelos, e a corrupção escondia-se à boca pequena. Estava-lhe no sangue: não resistiu a tamanha demanda, e partiu! Ficaram as promessas de proveitos altos e visitas à mulher de dois em dois meses, ou, até, a possibilidade de ela dividir a sua vida entre Mangualde e Guapimirim, onde ele disse que ia morar, a dois passos do Rio de Janeiro.
Ele o parceiro de ousadia sabiam tanto de construção como de corrupção. Tiveram alguns anos de treino, e aprenderam bem. Quaresma deparou-se com uma realidade que bem conhecia. Voltou a Portugal para festejar o aniversário de Mariana e, quatro meses depois, para celebrar o Natal em família. Nunca mais lá voltou.
Nos primeiros tempos, telefonava à mulher todos os dias: as saudades e os ciúmes, o corpo e a alma, o amor e o desejo – o ardor das conversas era intenso. Mariana nem ousava a masturbação que tantas vezes lhe apetecia: era pecado! Quaresma dizia-lhe que ela era a sua inspiração: era prazer!

Da Bíblia: Efésios 5:3
“Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos.”


De todos os dias passou a todas as semanas, e então era já de vez em quando que o marido lhe telefonava. Pior do que isso, raramente lhe atendia o telefone, estou cheio de trabalho, e não respondia à chamada não atendida. Mariana vivia em tormenta: os pais em falência de corpo e de saúde, com necessidades primárias de assistência e acompanhamento, as lides do dia-a-dia, e o desconhecimento da realidade em que o marido estava metido. Capaz de aventura era ele; sabia-o ela bem!
Passaram-se uns largos anos e notícias nenhumas, para mitigar a sua dor, a sua revolta, a sua indignação. Nem os colegas ou amigos, nem as empresas que ela sabia ou o consulado português, nem a família do Gonzalez – em angústia igual – lhe davam pistas. Mariana sentia-se viúva de marido vivo – em retorno de castidade.
Numa das manhãs cinzentas, como todas lhe pareciam, em que saiu para ir à feira semanal, passou no Cartório Notarial para falar com a Dra. Luísa – assuntos testamentais -, e…
- Mariana, Mariana…
Petrificou. Abriu o carro, tentando discretamente confirmar aquela voz que a trespassou em memórias, em anseios, em felicidade perdida: conhecia aquela voz!
- Mariana, não me conheces? Já junto dela, aquela voz repetia-se e resgatava-a de um inferno por que passou.

João ficou viúvo do segundo casamento, e adoptou os dois filhos da Xana. Depois de casarem, ela conseguiu recuperar a custódia do Fábio e do Bruno. Viveram uma felicidade nova para os dois, mas…um cancro de mama, galopante, levou-a na melhor fase da sua vida. O desgosto foi enorme.
Voltou a Freixiosa, à sua casa natal, então abandonada desde a morte dos pais, para encetar a sua recuperação rápida e passar a viver nela com os miúdos. O aproveitamento escolar dos irmãos não era o desejável. João ambicionava o mínimo para eles; o ensino obrigatório. Depois, seria na vinha e no vinho que ele alicerçaria o futuro dos três.
O futuro de Mariana fez-se de sorrisos e de felicidade!


Fernando Morgado

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NOTA
Nasci no Porto, na freguesia mais pobre da cidade - Miragaia - à beira rio, entre a Ribeira e Massarelos.
Filho de polícia (e barbeiro) e de operária têxtil (e dona de casa).
Tenho 4 irmãos. Sou católico.
Apaixonadíssimo pela minha cidade e fanático pelo meu clube: FCPorto.
Escrevo para mim desde muito pequeno; para ser lido só há dois/três anos.
Participei nas colectâneas da Lua de Marfim: "Cartas", "Premonições" e "Poema-me"
Participei nas colectâneas da Papel D'Arroz: “A despedida”, “Ei-los que partem” (cujo concurso venci) e “Som de Poetas”.
“Mentira” e “A Mulher do Próximo” pela Pastelaria Studios.
“Bad Girl” - contos eróticos com Silkskin Editora.
Espero escrever até morrer.
Fernando Morgado

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