
Olá Dudu. És tão pequenino mas tão grande para tudo o que eu quero guardar em ti. Vais crescer, vais caminhar e, mais que caminhar, vais fazer os teus caminhos. Tantas vezes vais pensar que caminhas sozinho mas, avisadamente, descobrirás que alguns passos teus alguém os deu por ti. Um dia, vês um musgo numa rocha e apressas-te a fotografar; eu já andei nesse caminho. Entre o nascer e o por do sol, ou entre o nascer e o por da lua, ficarás encantado com as sombras que esses astro produzem ou com as claridades que ambos projectam; eu já tive esses olhares. Não saberás o que é tremer em frente a uma folha A4, na hesitação das palavras que não saem. Já não se usará. Mas saberás teclar e googlar, facebookar e abreviar – pk qq qd tb nd, e mais não sei quê -, e sentirás um jorro de palavras que se agrupam em texto; eu já escrevi esses medos. Hoje, na distância longa dos teus primeiros 123 dias de vida, é mais um dia em que cresces sedimentado no meu ADN. Não te liv...