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O VÍCIO, MALDITO VÍCIO!

Um bailado de sombras entra pela janela e ocupa a sua noite. João está a viver em casa emprestada, não conhece ainda os sons, os hábitos, os rituais daquele prédio. A proximidade do seu quarto ao elevador foi o primeiro sinal de diferença para a tranquilidade do seu sono. Da rua, ali mesmo a um palmo da janela, na parede que sobe para o seu quarto, no primeiro andar, os autocarros gritam o pára-arranca na paragem ali colocada. Os passageiros são sempre muitos, talvez pela proximidade à bifurcação de duas ruas. Vou ter que me habituar, claro!
O vento forte e a chuva intensa, confirmam a previsão meteorológica anunciada para aviso laranja. João não é capaz de adormecer no escuro absoluto, daí a persiana ficar sempre semicerrada, e as sombras ondularem as paredes que lhe dariam descanso. Anula-as acendendo o candeeiro de mesa.
Pega no livro de ocasião – Queres casar comigo todos os dias? -, embora outros três lhe façam companhia em intercalada leitura, abre na página 15, e espera pelo crepúsculo.
“A tua boca por preencher a minha.”
Sabe, ou pensa assim, que o público-alvo do Pedro Chagas Freitas é, maioritariamente, feminino. Procuram nas suas páginas as palavras doces, os cliques mágicos, o esquisso das relações que sempre sonharam: até as rosas murcham! “A tua boca por preencher a minha”: adivinha-lhes suspiros, calores, e sonhos, sonhos, sonhos!
Nem mais!
Banha-se de ideias, hidrata-se em hipóteses, perfuma-se em expectativas, e dá-se à rua, a caminho da FNAC no GaiaShopping. Dá-se ao vício!
Ninguém lhe adivinharia esta “pancada” tão estranha e submersa ao senso comum. João é, segundo os paradigmas da normalidade e educação, um homem de bem. No entanto, escondendo-se em si próprio, dá-se ao vício da procura insana de excertos, mensageiros, nos imensos livros que lhe correm pelos dedos à velocidade da sua excitação.
Tinha comprado um cartão de telemóvel, numa loja de rua, e não deixou nenhuma identificação de quem seria o utilizador. Esta será a sua muleta. Com esta peça de ferramenta ousará fazer muitos desarranjos.
Chegado à livraria, vai directo à prateleira, toma um exemplar do referido livro, abre na página 15 e, de uma forma cavilosa, a lápis, escreve a seguir à referida frase:
“A tua boca por preencher a minha.” Queres? 9111C1111.
Repõe o livro. Volta ao temporal: a chuva está inclemente. Estes dias de Setembro, ainda verão mas quase outono, são tão imprevisíveis e irregulares. Talvez o sol ainda apareça.
Sempre que ressaca o vício, sente uma tensão enorme tomar-lhe conta dos pensamentos. Esta aventura, rica em adrenalina, vem desde os seus tempos de liceu. João nunca teve aquilo a que se chama uma namorada. Alguns flirts, inconsequentes, não o resgataram ao prazer da provocação sub-reptícia: qualquer namorico, quando ganhava normalidade, deixava de o entusiasmar. Lembra-se da Catarina, sua colega de liceu, a quem deixou um bilhete de cinema no livro de filosofia “A cor das ideias”, na página onde ele sabia que ela iria, a propósito da próxima avaliação. Com o bilhete, deixou um post-it “o lugar ao lado está ocupado”. Catarina não ousou usar o bilhete: à cautela, não fosse partidinha do prof., ficou perto (sem ser vista) tentando escrutinar, por entre as pessoas que saiam, a personagem da aventura que lhe foi oferecida. João trocou-lhe as voltas.
Fez-se de amores com a Cláudia, a quem pôs no bolso do casaco um bilhetinho anónimo. A jovem nunca imaginara fazer o seu baptismo de parapente ao lado do João. Em véspera de outra iniciação!
Os bilhetinhos, os post-its, as mensagens, são a matéria-prima do seu vício, do seu acaso: a adrenalina pode vir de onde menos se espera. Até uma ameaça, uma mensagem insultuosa, uma emboscada, uma aflição, ele gosta: talvez seja mais isto que o excita, embora ele opte por pensar que é mesmo o espanto e o proveito de algumas conquistas que o motivam e o resgatam. Por mais sustos por que passe não se alivia deste vício.
O telefone continua vazio de respostas. Será que o livro foi embrulhado para ser entregue como prenda de Natal? Ou foi para o estrangeiro? Pode, até, haver leitores como ele que, por vezes, compram um livro e põem-no em fila para ser lido mais tarde. A ansiedade perturba-o. Aquele onde escreveu era da 10ª edição, e ele já vai na 15ª. Ok, é este o jogo – esperar.
É verão ainda, no pico dele (o temporal ocupou só dois dias), e o “Queres casar comigo todos os dias” anda a banhos por todo o país, nas mãos de ansiosas veraneantes. João cogita cenários: uma morena, com verão no corpo e outono no casamento, lê avidamente o livro e salta na surpresa da sua mensagem…estupefacta…e agora?...ligo?... João espera.
Passa na Almedina, procura “Budapeste” de Chico Buarque, abre ao calhas…não… mais umas páginas…outras ainda…e para na página 41:
“…e aí eu descobri que Kriska gostava de ser beijada no cangote. Aí ela tirou pela cabeça o seu vestido tipo maria-mijona, não tinha nada por baixo…”
Ouve um bip no seu telemóvel: pode esperar. Volta àquela frase e deixa a sua pegada: Humm! Tirar-te o vestido, que bom! 9111C1111
Pega no aparelho, confere o bip recebido: Quem é você? …Responde: Prova-me!
Fixa-se naquele bate-papo de mensagens, e acaba por encontrar Cleide, acompanhada pelo marido, na esplanada do Mar à Vista. In extremis, refugia-se nos sanitários do bar.
Volta a casa, mais transpirado pelo susto que pelo calor, e refresca-se num duche gelado capaz de lhe lavar todos os medos, ainda que impuros e lascivos. Este susto, para seu hábito, foi muito mild. Ufa!
Avesso a estigmas sexuais, mantém a firmeza da sua heterossexualidade. Mesmo sabendo que as suas partidinhas podem ser lidas por qualquer tipo de pessoa, desde idosas a obesas, passando por teenagers ou catequistas, ou até por brutamontes ou mulheres casadas, é nestas que ele deposita a sua grande esperança e expectativa. Há por aí muitas mulheres mal casadas, e sempre se disse que estas são as mais caladas.
É um risco, claro que é um risco, mas se não fosse assim já o vício tinha acabado.
Volta um bip: Alguém me quer pagar um vestido?...Responde: Pode ser!
Pouco tempo depois, emaranha-se no labirinto de expositores da Zara sem perceber que o observam junto à caixa central. Precisa de ajuda?, diz a simpática funcionária. A parvoíce tem as suas ratoeiras!
As suas noites continuam insoniadas: pelo calor, pelo barulho, pelo turbilhão de arquétipos ocultos. Tem que mudar de casa. Aquela é provisória, emprestada por um amigo, e procura uma menos exposta a movimentos e barulhos. Esconderijo, como é da sua preferência.
A manhã vai a meio e ainda não saiu para o seu cafezinho habitual, na esplanada da marina. O vício perturba-o. Procura nos seus livros aquele que é o seu preferido de J. Kenner - “Possui-me” -, lê na oblíqua, retém este excerto:
“Estou nua e estremeço. Não por causa da frescura do ar, nem por causa do anseio nos olhos de Damien. Um anseio ao qual me entregarei da mais livre vontade.”
Está criado mais um mote; procurar o livro para nele deixar o seu contraste.
Entra na Bertrand, deixa-se tomar por um receio: se for direito àquele livro e logo depois sair, alguém poderá reparar no gesto e ficar a saber quem escreveu nele. Pega numa revista sobre automóveis, esfolheia à sorte, e dirige-se ao balcão perguntando por uma revista (que sabe não terem) sobre bordados e lavores para oferecer “à esposa”. Volta às prateleiras, encontra o que quer, procura certificar-se que não é visto, e abre na página 15. Fica a sua marca:
Deixa que os nossos umbigos se gozem. 9111C1111
Cai o lápis, estremece, e empurra-o com o pé para debaixo do expositor. Lembra-se daquela vez em que, atraído por uma colega de trabalho – peito XXL e olhos de água -, na tentativa de lhe colocar dentro da carteira um bombom com mensagem “Em beijos treparei as tuas montanhas. 9111C1111”, a mesma esparrinhou-se, audível, pelo chão do escritório. Simulou uma queda, e pediu desculpa à Marta. A jovem nunca chegou a provar aquele bombom. João safou-se desta, mas não se livrou daquele desassossego todos os dias. Tentaria de outra forma. O vício não o deixa mudar de caminho.
Um novo bip atrai o olhar do livreiro. João não resiste ao receio e volta à prateleira. Retira o livro de Tara Su Me – “Atraída pelo fogo” -, e dirige-se à caixa para pagar.
Olha o telemóvel: Quero.
Sem saber qual o livro que precede esta mensagem, avança com uma afronta: Onde? …e espera. Foi a Cristina, mulher de pouca roupa e muita safadeza, que o orientou até ao Motel Flamingo, em Perafita. Saiu humilhado e sem vontade de voltar a ver a espertalhona. Também as há, mas ele não desiste: o vício é mais forte!
Hoje, tem o aniversário do irmão para festejar. O convite é para jantar e conviver com o resto da família. Todos gostam dele: João, nestas ocasiões, é o bobo da festa. Encanta todos com as suas estórias sobre a fecundação dos cogumelos, ou anedotas sobre alentejanos. As crianças deliram com as suas brincadeiras. Vai respondendo que não senhor, nem pensar em casar, a vida é melhor em estado de procura. E namoradas? Dá-se como pedagogo nessa matéria.
Está ansioso com o seu novo livro. Antecipa a saída da festa dizendo que vai, ainda, dar uma aula particular. Já na cama, esfolheia o livro em excertos salpicados e, qual predador que pressente a presa, para na página 86:
“Abriu-lhe as pernas e ajoelhou-se entre elas, tendo cuidado com o traseiro cor-de-rosa. Mordiscou muito levemente a pele sensível parando algumas vezes para lamber o clitóris…”.
Não fosse noite, ia de imediato a uma qualquer livraria para gravar, a lápis, o ferrete do seu vício. Assim o faz logo que o homem da Fagor deu por terminado o concerto da máquina de lavar louça, que ele tinha chamado na véspera. O relógio marca 10h45, o sol ameaça canícula, ele vai arquitetando a marca que deixará no livro.
Fica na fila de turistas que esperam para entrar na Lello. O calor não recomenda a espera, mas…tem que ser! Desta confusão resultará mais tranquilidade para pegar no livro e deixar a sua mensagem. Assim o faz: O teu orgasmo enlouquece-me. 9111C1111.
Na procura deste, dá-se à curiosidade com outro livro que está entre as novidades. Depois da sua tarefa cumprida, pega de novo no livro de Dorothy Koomson – “A praia das pétalas de rosa” -, olha de soslaio o preço (tem que recuperar os três euros que deu para entrar na livraria), e encaminha-se para a caixa a fim de pagar o mesmo. Ainda antes de o fazer, o vício impôs-se. Tinha farejado a página 352:
“E as minhas pernas? Não são elas as tuas preferidas? Passei as mãos pelas coxas. Ele abanou a cabeça. E o meu traseiro? Passei os dedos pelos lados do meu traseiro. Ele abanou a cabeça.”
Não resiste. Por entre a panóplia de gente, e de nacionalidades, que o cerca, abre o livro naquela página e sublima o vício: E o meu tesão? 9111C1111.
Fica mais um pouco, saltando de banca em banca, sempre de olho no livro, esperando que alguém o tome em mãos. Uma estrangeira reboluda, e muito jovem, pega no seu segredo e, sem o abrir sequer (talvez já conheço o livro), faz o pagamento do mesmo. Leva o livro em envelopes vermelho fogo. O Erasmus cria novas dinâmicas: João “baba-se” em premonições.
Tem mesmo que tratar de arranjar outra casa para viver. Aquela onde está é do seu amigo Bruno, entretanto emigrado em Londres e a trabalhar para a Google. Não porque ele o esteja a pressionar, mas porque o apartamento não lhe dá a privacidade e a discrição requeridas pelo seu mais sórdido vício. Quer voltar a uma outra faceta da sua perturbação:
“ALUGA-SE T0 a estudante. (só meninas) 9111C1111”
Qualquer ameaça de tiros e tareias, de polícia e tribunal, já o encontram couraçado no traquejo, no malabarismo, no à vontade de tantas cenas porque tem passado. O vício seda-o!
Goza o pôr-do-sol na esplanada do Alex. Os óculos escuros são a sua prótese imprescindível. Confere a paisagem humana que partilha também aquele espaço, e fixa a lourinha, mesmo na mesa ao lado da sua, em conversa pegada com uma amiga, a Clara, sobre as desilusões com o seu marido. Embora por telemóvel, João percebe que a amiga tenta confortá-la, sem sucesso.
Os neurónios agitam-se, o vício desperta, é assaltado por várias ideias: aquela pele chocolate, os olhos verde-esmeralda, e o cabelo louro bebé, não o deixam sossegado. Mostra melhor o livro que, pretensamente, está a ler, na expectativa de as pétalas de rosa provocarem uma boa conversa de praia.
Ainda a vizinha está ao telemóvel quando o dele o alerta com novo bip: Tens tesão para mim?
Não reage de imediato. Continua perturbado com a loura ao seu lado. Muda de posição, ganha-lhe mais corpo para os seus olhos, o ardor consome-o…Ela sai da esplanada, dirige-se para o carro e ele segue-a, primeiro com os olhos depois em passos apressados: fixa-lhe a matrícula do carro. Amanhã voltará a investir, com novas ideias.
Já a chegar a casa, recupera a lembrança do último bip que recebeu: tens tesão para mim?
Fica a olhar para o visor, perdido entre a resposta que deve dar e a imagem da loura que lhe escapou pouco antes, e opta por tomar um duche antes de qualquer atitude. Precisa de sentir a água a correr, de descarregar as diferentes energias que o assolam. O vício, incontornável vício!
Queres confirmar? Responde, devolvendo a bola para o lado contrário.
O visor acende em urgência de resposta:
Claro que quero. Rua dos Encantos, nº 13, 1º andar dto. Espero-te – 22h00.
Dentro de si, sente um coro de emergências e um vulcão de adrenalina. Pega no livro de Dorothy Koomson, como se estivesse a caminho de um debate literário; põe no bolso um pequeno tubo com o que sobrava de gel anestesiante; reforça um pouco mais a fragância que sempre usa: Ok, vamos a isto!
Experiente, não esquece a rosa que se impõe sempre nestas circunstâncias. Compra rápida, no shopping mais perto.
É um prédio bonito, com sinais de recuperação recente, embora com traço de meados do século passado. Toca na campainha, não assessorada por videoporteiro ou intercomunicador, e a porta abre-se de imediato. Sobe os degraus pausadamente, sentindo a tremura habitual em assomo de adrenalina. A porta está já entreaberta, e dela vem um som blues muito agradável. Pressente uma noite fantástica.
Assim que a porta fecha, ouve, bem perto do seu ouvido, uma voz melosa que lhe sussurra:
Vamos ser felizes!
Todo ele explode! Não, não pode ser verdade! Nunca se sentiu tão arrebatado quanto naquele momento. Toma-o o delírio de uma situação inimaginável.
Sente dois braços musculados envolverem-no por trás, e uma mão que ternamente lhe tapa a boca. Tanto desespero, meu Deus! Pavor!
Cláudio, entre sussurros de “sou meigo, não tenhas receio” ou “vais adorar”, sodomiza-o em silêncio de dor e de revolta. A humilhação deixa-o sem voz. Lembra-se do gel que tem no bolso das calças, embora a previsão tenha sido outra.
O vício, maldito
 

Fernando Morgado



NOTA
60 Anos. Uma filha com 34 anos. Um filho com 30 anos
Nasci no Porto, na freguesia mais pobre da cidade - Miragaia - à beira rio, entre a Ribeira e Massarelos.
Filho de polícia (e barbeiro) e de operária têxtil (e dona de casa).
Tenho 4 irmãos.
Sou católico.
Apaixonadíssimo pela minha cidade e fanático pelo meu clube: FCPorto.
Trabalhei em diversas áreas: farmácia, papelaria, ourivesaria, cosmética (L'Oreal), cabeleireiro, mas foi na formação de cabeleireiros que me notabilizei mais: é o meu aquário!
Escrevo para mim desde muito pequeno; para ser lido só há dois/três anos.
Participei nas colectâneas da Lua de Marfim: "Cartas", "Premonições" e "Poema-me"

Participei nas colectâneas da Papel D'Arroz: “A despedida”, “Ei-los que partem” (cujo concurso venci) e

“Som de Poetas”.
“Mentira” e “A Mulher do Próximo” pela Pastelaria Studios.

“Bad Girl” - contos eróticos com Silkskin Editora.

Vou editar o meu primeiro livro com a chancela da Papel D'Arroz.
Outros livros? - o dinheiro é que manda.
Fiz uma formação de escrita criativa na "Companhia do Eu", com o Pedro Sena-Lino
Fiz várias formações com o Pedro Chagas Freitas, de quem sou admirador
Tenho participado em muitos campeonatos de escrita e de poesia, com resultados que me agradam.
Espero escrever até morrer.

Fernando Morgado

 

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