Avançar para o conteúdo principal

O PODER


O poder é um veneno que nos acompanha desde que nascemos.

O primeiro choro, o primeiro sorriso, a primeira palavra, as primeiras façanhas que fomos conseguindo foram sempre convertidas em poder (muitas das vezes, de uma forma inconsciente).

Ao longo da vida, vamos acrescentando outras formas de domínio ao nosso caracter e comportamento.

Para os que pensam que o poder só é poder se for Poder; para os que acham que a autoridade é uma prerrogativa do dinheiro e da inteligência; para todos os entendidos em jogos palacianos do diz-que-disse: devemos estar atentos aos poderosos pequenos poderes e às teias esdrúxulas dos soldados rasos.

É o porteiro que dificulta a entrada; é o professor que engraça ou desgraça; é o sexo (não sei qual o sexo que é mais caro; se aquele que se paga ou aquele que é de graça) servido a conta-gotas na exacta medida dos proveitos; é o trabalho – o empregador que explora ou o trabalhador que trepa (o lambe-botas ou a mini-saia); é a guerra e a guerrilha (a bomba e o parafuso); é o boato e a coscuvilhice (ouvidos-megafone e palavras-bala): é a política e a oportunidade (o voto e a conveniência); é o velho rabugento e o corpinho de passerelle: tantos poderes!

Não há estátua que tenha relevo se não estiver alcandorada num pedestal maciço! A História dá-nos notícias imemoriais desta verdade. Não são só os bustos, os cavalos, os canhões e os heróis que preenchem estas expressões de poder. Ele também se manifesta nas cruzes e nas torres sineiras. Ele é visível na arquitetura e no urbanismo (não há coincidências).

O poder é a imagem que fica quando nos confrontamos com as pirâmides e outros triângulos que nos indicam e nos atraem para o cume, o alto, o sol, o olho – o grande olho -, e nos dimensionam na pequenez do que somos e no horizonte curto a que temos direito.

Como dizia Pessoa, “nós somos do tamanho daquilo que vemos, e não da nossa altura”.

Devemos caminhar. “Pedras no meu caminho? Junto-as todas, e delas farei o meu castelo!”

Devemos procurar a Luz. O Iluminismo representou uma época e criou um conceito de procura e de conquista. Os “Illuminati” ficaram para sempre, marcando toda a existência.

A Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade, Fraternidade – e o Dollar americano são exemplos contemporâneos da perpetuação do Poder.

Somos peões neste grande jogo de xadrez que é o Poder!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

  Nos meus olhos um bailado de almas em resgate de amor. Quero-te à minha beira: dançamos! Penso e ouço, um coro de choros, sem idade, fala-me da dor que encapa a esperança. Quero-te no meu pensamento: sonhamos! Há um longe-perto de ti que me inquieta os sentidos. Quero-te na pele dos meus mimos: desejamos! Na multidão que marcha, sorrisos ganapos não sabem de nada. No meu suspiro, ouço a tua presença. Andarilha em mim: quero-te! Arames e muros, rasteiras e bastões, somos migrantes em nós – também eu. Quero-te no meu caminho: amamos! Desligo o aparelho, as imagens não se apagam. Continuamos, os dois! Dá-me a tua mão: ficamos!   Fernando Morgado
MOSAICOS DA MINHA VIDA – 5 No Porto, quando alguém diz que nasceu ou mora na Rua dos Armazéns, nº 55 casa 26, está a falar de uma “ilha”…e o Porto tem tantas destas ilhas, ainda. Ora, esta morada, acima referida, é exactamente o sítio onde nasci e cresci – na Quinta do Loureiro. Em Miragaia, claro. Pouca gente desta freguesia não saberá onde fica a ilha da Quinta do Loureiro. O que nem tantos saberão é a origem deste nome – Loureiro. Ao longo dos anos, e em pesquisas que faço para as minhas escritas, tenho encontrado as mais diversas versões para este nome, mas a única a que dou credibilidade é à que nasce no Jardineiro-Mor José Marques Loureiro, o “jardineiro das Virtudes” como vulgarmente era conhecido. Este homem, com fama já granjeada na Beira-Alta, veio para o Porto a convite da Câmara da cidade, e deram-lhe a incumbência de criar novos jardins na urbe, melhorar os existentes e fornecer a Câmara e a Corte com as suas belas flores e plantas. Para esse fim, con